O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, desafiou o primeiro-ministro a defender em Bruxelas a construção de uma autoestrada alternativa ao Itinerário Principal (IP) 3, por ser um “caso excecional” que poderá beneficiar de fundos comunitários.
Durante a reunião da Assembleia Municipal de Viseu, o autarca social-democrata, que esteve na semana passada em Bruxelas, disse ser “verdade que há uma obstaculização a mais estradas em Portugal”, mas apenas “desde que não sejam devidamente justificadas”.
Fernando Ruas contou ter obtido essa informação “da parte do responsável pela política regional”, o que significa que, “de uma forma geral”, Portugal não poderá ter dinheiro para mais estradas, mas há exceções.
“Apresentem essa proposta em Bruxelas e façam uma autoestrada entre Viseu e Coimbra que seguramente terá financiamento europeu”, frisou.
Na sua opinião, “o senhor primeiro-ministro, com a responsabilidade e com o prestígio que tem na União Europeia, pode arranjar um bocadinho para justificar que pode ser uma daquelas exceções de estradas que pode ser construída com apoios comunitários”.
Segundo o antigo eurodeputado, o dinheiro para as estradas acabou “quando apenas o litoral e as áreas metropolitanas estavam servidas”.
“Há alguém neste país, e sobretudo que vive em regiões como a nossa, que comungue da ideia de que não precisamos de mais estradas?”, questionou, considerando que elas não são precisas é onde já há “um novelo” de estradas, como nas zonas do Carregado e do Porto.
Neste âmbito, considerou que não faltam argumentos para o primeiro-ministro apresentar em Bruxelas.
“Querem uma estrada onde morre mais gente, conhecida pela estrada da morte?”, perguntou o autarca de Viseu, lembrando que nela circulam muitos veículos “para procurar serviços de saúde”, concretamente em Coimbra, visto que não existem em Viseu.